segunda-feira, 8 de março de 2010

Fichamento n.o 5


A redoma de vidro, de Sylvia Plath

Identificação.
Fiquei meio aterrorizada em como me identifiquei com Esther Greenwood, personagem alter ego de Sylvia Plath, que se suicidou em 1963.

Começando pelo título do livro... A redoma de vidro. Sylvia escolhe este nome para designar um estado de depressão profunda. Bem, eu já estive dentro de uma redoma de vidro, e sei bem como é essa sensação de não ter ar para respirar.

Sei bem como é portar receitinhas azuis no bolso. Sei bem como é ficar presa dentro de si. Um escafandro...

No único romance escrito por Sylvia, a história é basicamente o relato da sua vida até conhecer Tedd Hughes, poeta e marido que a levou docemente para a beira da morte.

Esther é uma moça irremediavelmente entediada pela vida. Com apenas 19 anos sente que já teve algum dia um futuro brilhante, mas que isso não existe mais. (oi? Alguém se identifica aqui?).

Não consegue mais escrever, não consegue comer, não consegue dormir... não tem prazer em nada, acha todo mundo hipócrita, não quer trabalhar, tem medo, angústia, tenta com insucesso se matar, acha tudo uma grande merda, mas consegue continuar existindo no meio dessa patifaria toda... (hahaha. Isso nunca aconteceu comigo, viu?)

Na verdade, Esther Greenwood se tornou minha heroína juvenil super, só perdendo para o Dominc Molise (kkk). Estou convencida de que se não tivesse se matado, Sylvia escreveria outros ótimos romances, como esse.

Pra ser sincera, da poesia eu não gosto muito, não, mas sempre que isso acontece fico me perguntando se a culpa é do autor ou do tradutor.... Questões universais da literatura que me matam, sabe? hehe

Mas voltando ao assunto, este romance é ótimo. Primoroso.

Mas é amedrontador. Mesmo. Um frio na sola do pé, sabe? Como se a qualquer momento o gelo fosse se quebrar. Mas o pior é se reconhecer em cada linha... é saber do potencial destruidor que carregamos dentro de nós. Foda.
Depois de ler o livro, fui ver o filme Paixão além das palavras, com a Gwyneth Patrow. É bom. Razoável. O filme mostra a história de Sylvia após conhecer Tedd.
Então, se vc tiver vontade de conhecer Sylvia Plath, a combinação perfeita é livro + filme, necessariamente nessa mesma ordem.

Sabe, ler determinadas coisas dão uma injeção de ar dentro da redoma. Fato.

Thanks, Sylvia.

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